Cá vou eu no 3º dia, com uma disposição ótima, ontem à noite ainda tive muitas dores, mas hoje as coisas estão muito melhores as dores já não são nada de anormal.
O meu médico esteve aqui hoje e disse que a minha "mamoca" nova era para ter registo histórico, que nunca tinha tido um caso assim, que está tão natural que nem a tocar se sente a prótese.
Olha pra mim toda babada!!!
Só foi pena não ter reparado logo a outra, disse que ia esperar que a nova fosse ao lugar definitivo e depois logo se retocava.
Quero aproveitar para deixar o meu agradecimento a toda a equipa do hospital de S. José, que tem sido incansáveis tanto em simpatia como profissionalismo, não havendo até à data nada de mal a dizer.
Despeço-me com um pouco de inveja de, embora não ter sido convidada, não poder ter estado no famoso almoço das amigas do peito.
Jokinhas e continuação de bom fim de semana
Como tinha dito dei entrada na Terça feira, estive o dia todo de "papo" para o ar, nada de exames, só uma visita do médico para dizer que a operação iria ser no dia seguinte às 8:30 da manhã.
Na quarta feira à hora marcada lá fui eu para o bloco operatório, tendo a cirugia começado às 9:00 e durou 7:30. Depois de acordar e com muitas dores fui para o recobro onde fiquei a noite toda.
Na quinta feira já fui transferida para a enfermaria, mas as dores acompanharam-me o dia todo, apesar de todos os medicamentos que me dão as dores teimam em não passar.
Hoje, já acordei um pouco mais bem disposta, a médica veio mudar-me o penso, tirou-me um dreno (tinha 3) e já fui tomar uma banhoca, em principio ficarei cá até segunda feira.
Resumindo tiraram-me o "bicho ruim", o gânglio sentinela deu negativo e já tenho uma maminha nova. Agora é só esperar que estas dores passem mais um bocado e aguardar a nova fase de tratamento que aí virá.
Quero agradecer a toda a minha família, amigos e companheiras de luta que muita força me deram, a todos o meu muito obrigado.
Venho dizer até já!
Amanhã já não vou ter tempo de passar por cá, uma vez que dou entrada às 09:30 .
O meu sentimento hoje é de nostalgia, parece que já estou com saudades de tudo e de todos e ainda não fui.
Amanhã começo por me despedir dos meus pais que já vem hoje para minha casa para tomarem conta dos pequenos, depois levo os filhotes à escola e tenho de me fazer de forte pois nem imaginam para onde a mãe vai, depois despeço-me do meu marido no hospital.
Vai ser um dia duro, as emoções vão estar à flor da pele, mas tenho de ser forte, por mim e por eles.
A todos um beijinho grande e se Deus quiser logo que possível venho dar noticias,depois da operação o meu marido leva-me o computador ao hospital.
ATÉ JÁ
Acabaram de me ligar do Hospital!
A operação ficou confirmada para 4ª feira com entrada na 3ª feira logo pela manhã.
O meu coração ficou mais acelerado parece que foi um acordar para a realidade, ainda não acredito no que me está a acontecer.
Até agora tenho brincado, a dizer que não ganhei um cancro mas sim umas maminhas novas e de borla, mas com o aproximar da hora o medo começa a apertar e o sentimento de tristeza ao olhar para os meus filhotes também.
Tudo vai correr pelo melhor Deus é grande.
A semana passada foi muito atribulada.
2ª Feira
A minha filhota fez 7 anos, está a ficar uma mulherzinha, de manha foi arranjar as coisas para fazer uma festinha na escola para os colegas.
Á noite fomos todos jantar ao restaurante dela preferido (Macdonald's) :)
3ª Feira
Fiz 8 anos de casada.
Logo pela manhã tive que estar no Hospital de S. José para me encontrar com a minha cirurgiã e mais um cirurgião estético, para ele me ver e decidir o que dava para fazer, pois a opinião da médica era que ia ser colocada uma prótese provisória o que iria dar origem a mais intervenções cirúrgicas.
O médico deu a opinião que pode ser colocada uma protese definitiva, mas esta dá origem a uma recuperação mais longa e dolorosa.
Marcou-se uma consulta para 5ª feira para eu pensar nas hipóteses e para se fazer uma consulta de cirurgia estética definitiva. Com isto tudo achou melhor adiar a operação uma semana, ou seja, ficou para dia 13/10.
4ª Feira
Já não me lembro do que é que fiz, a idade trás destas coisas...
5ª Feira
Lá fui eu novamente para o Hospital, para a consulta, decidimos pela prótese definitiva.
6ª Feira
O mesmo de 4ª
Sábado
Festa num restaurante para a minha filha e os amigos dela.
Domingo
Festa em casa para a família e amigos.
Resumo da semana: Cansada de Hospitais e festas. Pelo meio uma constipação enorme com direito a antibiótico e tudo.
Pois é ainda não foi desta que fui operada, em principio será na próxima 4ª feira.
Tive uma semana atribulada que nao tive tempo de passar por cá.
Espero amanha ter tempo para contar a minha semana
Beijinhos para todas e obrigada pelas mensagens de apoio
Mais vale tarde do que nunca!!!!
Chamo-me Cristina, tenho 35 anos, moro no conselho da Amadora, sou casada e tenho 2 filhos.
A minha filhota mais velha chama-se Maria e faz, na próxima 2ª feira, 7 aninhos, o meu principezinho chama-se Francisco e tem 3 aninhos.
Tenho uma relação excelente com a minha familia, com que posso contar a 100% para tudo.
Aliás se não fossem eles neste momento não sei o que seria de mim.
Há um ano atrás tivemos um grande desgosto, a morte da minha sogra com um cancro nos intestinos. Todos nós sofremos muito com a situação pois do diagnóstico ao falecimento passaram unicamente 3 meses, foi um episódio que ninguém estava à espera.
A Maria sofreu muito pois era muito ligada à avó, foi ela que tomou conta dela até aos 2 anos, era a avó que lhe fazia as vontades todas, para além de ser o seu primeiro contacto com a morte.
Passado um ano ainda noto que lhe faz muita confusão, ela é uma criança fechada não demonstra os sentimentos, mas quando falamos da avó noto que fica muito triste.
Eu tenho um lema com os meus filhos, não lhes escondo nada, quero que eles confiem em mim.
Quando me descobriram a doença contei aos meus filhos, de uma forma suave, sem alarmismo mas contei.
Falei com a pediatra e com os professores e todos me aconselharam a contar.
Ontem foi a vez de dizer à Maria ( o Francisco ainda é muito pequenino não entende) que iria ser operada e iria estar uma semana no hospital.
Disse-lhe que me iam tirar um bichinho que tinha na maminha para ficar boa.
Ela perguntou-me se ia morrer, prometi-lhe que não, que não podia, que tinha dois filhos lindos à minha espera em casa e que quando viesse do hospital iríamos festejar.
Iríamos ao Oceanário.
Ficou mais contente, pelo menos até me ver ir.
Às vezes tenho medo, medo de não cumprir a promessa que fiz à minha filha, medo de não voltar para casa, medo de não os ver crescer, medo de pensar no que será deles sem mim.
Tenho de afastar esses pensamentos negativos, mas muitas vezes é difícil, principalmente quando estou sozinha a pensar em disparates.
Sei que tenho de ser forte por mim, pelos meus filhos, pelo meu marido, pelos meus pais...
Tenho de vencer TENHO UMA PROMESSA A CUMPRIR.
Depois da primeira consulta no Hospital dos Capuchos, seguiram-se duas semanas de exames e consulta com a anestesista.
O Resultado dos exames não podia ser melhor, as analises, a ecografia abdominal, o electrocardiograma e a citologia axilar estavam todas óptimas, a ressonância acusou o tumor com 10 mm, ou seja, mais pequeno do que se julgava.
Ontem tive consulta com a minha médica no Hospital, a cirurgia ficou marcada para dia 6 de Outubro, com entrada a 5.
Vão retirar-me o peito pois descobriram mais 3 focos mas como são tão pequenos não é possível fazer-se uma biopsia, conclusão por via das dúvidas retira-se tudo.
A cirurgia será realizada em S. José, pois vão iniciar já o processo de reconstrução que terá de ser com prótese provisória uma vez que sou bastante magra e não tenho tecidos meus que possam ser utilizados.
Dia 28 tenho consulta lá para ser observada pelo cirurgião .
A pior noticia foi que irei estar internada 1 semana, ou seja, estou preocupada com a minha filhota mais velha que não deve reagir bem à minha ausência.
Espero que estas duas passem depressa pois esta espera dá-me cabo dos nervos.
Antes de continuar a contar a minha história não posso deixar de agradecer as palavras amigas que recebi.
Por muito que possa contar com o apoio da família e dos amigos estas palavra são diferentes.
São palavras de pessoas que estão ou estiveram a lutar pelo mesmo que eu.
Admito que preciso de falar sobre a doença, mas de forma directa sem medos.
Dentro da família parece que todos tentam fugir ao assunto com medo de mostrar preocupação e isso me deixar triste, com os amigos e conhecidos todos começam por dizer que não vai ser nada, que vou ultrapassar, que conhecem alguém que já passou pelo mesmo e já está curada e pronto a conversa fica por aí.
Noto que muita gente tenta evitar falar na doença, preferem fingir que não existe, ao ponto de perguntarem ao meu marido como estou e nunca a mim.
Os sentimentos variam de pessoa para pessoa, mas ao ler os blogs sobre mulheres que tem ou tiveram esta doença, identifico-me com elas, pois quando me dizem "não sei como aguentas assim tão bem " realmente elas não sabem.
Para além de ter de lutar para gerir os meus sentimentos de tristeza, medo e esperança tenho igualmente o dever de me mostrar forte, para com todos pois eles alimentam-se da minha força, não posso deixar que me vejam em baixo.
Criei este blog sem ninguem conhecido saber, com o objectivo de poder desabafar e dizer como realmente me sinto.
E a todas as que tiverem paciência para me ler o meu muito obrigada.
De manha fui para o IPO, cheguei lá como a minha médica me tinha dito por volta das 10:00, fui à secretaria e disse que ia para uma consulta pois tinha-me sido diagnosticado um cancro da mama, disseram para esperar que iria demorar mas não me iria embora sem ser consultada.
Depois de 2:30 à espera fui chamada para me dirigir ao secretariado, onde me informaram que não iria ser atendida porque os médicos não atendiam mais casos novos e que teria de voltar lá na próxima semana.
Fiquei desolada, queria tando respostas às minhas dúvidas e nada depois de tanta espera era mandada para casa, com a agravante de ter pela frente um fim de semana.
Fui almoçar e decidi telefonar a uma amiga que trabalha na CUF para ver se me conseguia uma consulta de Oncologia o mais rápido possível e assim foi no próprio dia tive consulta.
Fui atendida por uma médica super simpática, que me disse que iria de ter de fazer uma série de exames mas que muito provavelmente o tratamento iria passar por cirugia-quimio-radio.
O meu tumor tinha cerca de 2 cm e não era detectavel atraves de ecos.
Perguntou-me se queria ser seguida no particular ou no estado.
Claro que quero ser seguida no estado, embora tenha seguro de saúde nunca se sabe até quando é comparticipado.
Ela disse-me que trabalhava no Hospital dos Capuchos e que se eu quisesse me reencaminhava para para lá, e assim foi na segunda fiquei de ir ter com uma colega dela às consultas externas.
Será o 1º passo de uma longa batalha.